(Antiga Escola Teixeira Lopes)

novembro 08, 2008

Carta de um aluno a um professor

Tu que falas a língua das estrelas, das árvores e do mar,

desconheces o privilégio que é ouvir-te falar.

Tu que dominas a ciência, a religião, a arte e história,

não vês o futuro que alimentas na tua memória.

Tu que existes fora do tempo e do espaço,

não te encontras no papel em que escrevo, na tinta e no traço.

Tu que és humano, mas ao mesmo tempo não,

ignoras que és um ideal de mente, de alma e de coração.

Tu que todo te dás em farrapos de giz,

esqueces que és um herói e um gigante para um aprendiz.

Tu que plantas a dúvida, o método e a descoberta,

não sabes o valor que tem essa oferta.

Tu que mereces ser rico e feliz, um rei,

és o homem mais humilde que já encontrei.

Tu que moras nos livros que lês e partilhas,

não vês que o que dás são para nós maravilhas.

Tu que ofereces ajuda em troca de chocolate,

esqueces o aliado que és em qualquer combate.

Tu que libertas o saber que a vida esconde em si,

concede mais este desejo e, por favor, sorri.

Raquel Patriarca

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