(Antiga Escola Teixeira Lopes)

novembro 25, 2007

Distinção colectiva

O Ministério da Educação (ME) instituiu e atribuiu este ano pela primeira vez o “Prémio Nacional de Professores”.
Pode ler-se no site do ME que o “objectivo deste prémio é reconhecer e galardoar os docentes que contribuam de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino, quer no exercício da actividade docente, em contacto directo com alunos, quer na defesa de boas práticas com impacto na valorização da escola”.

O professor vencedor arrecadou 25.000 euros. Foi também premiado o mérito, subdividindo-o em quatro categorias (Carreira, Integração, Inovação e Liderança). Estes prémios foram “materializados por Diplomas de Mérito Pedagógico, visitas de estudo a escolas ou a instituições de referência no estrangeiro, publicação e divulgação de trabalhos dos candidatos”.

Concordo com esta distinção, independentemente das críticas que se possam fazer ao momento da instituição deste prémio, podendo dar a sensação que a Ministra da Educação quer “passar a mão pelo pêlo dos professores” como se ouviu entre estes profissionais.
Não concordo com a visão acima referida.Julgo, no entanto, que este Prémio não teve a participação desejada atendendo às escassas sessenta e cinco candidaturas! Muito pouco para um universo muito superior de docentes, para cima dos cem mil.Tenho a certeza que muitos outros professores reuniriam o perfil desejado para, pelo menos, os proponentes os candidatarem, atribuindo aquele baixo número ao facto de ser a primeira vez que o Prémio foi atribuído. A título informativo, compete aos “conselhos executivos e às associações profissionais de professores propor os candidatos ao galardão, que podem também ser indicados por, pelo menos, 50 docentes do mesmo agrupamento de escola ou do mesmo grupo disciplinar”.

A 2ª edição do Prémio Nacional de Professores já foi dada a conhecer publicamente fazendo votos que o número de candidatos seja francamente maior, o que demonstrará o interesse desta distinção.
No entanto, e julgando que a educação e o ensino devem merecer uma distinção do colectivo, proponho que seja também instituído um Prémio que distinga as escolas do nosso país onde se fazem, não raras vezes, autênticos milagres.

Proponho que seja instituído um Prémio, mesmo sem a atribuição de qualquer valor monetário que distinga a capacidade inaudita dos nossos estabelecimentos de ensino públicos onde, diariamente, se realizam fantásticos e notáveis trabalhos dos nossos professores, “pau para toda a colher”, que resolvem problemas de ensino e educação, mas também de saúde, solidariedade, tolerância, responsabilidade… Tenho a certeza que todas as escolas públicas portuguesas (pelo menos) seriam fortes candidatas a vencer o prémio final. A concorrência a este Prémio seria feroz!
Mais que um prémio singular, a educação e o ensino nacionais merecem uma distinção colectiva.

Filinto Lima in O Primeiro de Janeiro(22-11-07)

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